Já vos escrevo a partir de terras tailandesas mas o que vos quero contar é sobre a terceira e última etapa da voltinha ao Vietname.
Deixei o hostel, na segunda dia 13, e ainda ressabiada com o taxista que me “roubou” decidi que as perninhas também andam bem e que um 1,5km não é assim tanto. Acabaram-se as boleias, agora sempre que possa é a pé que sigo viagem.
A verdade é que as perninhas até andam muito bem mas o peso das malas anda a aumentar e as costinhas estão num oito. Quando saí de Portugal a minha mala grande pesava 12 quilos, nos dias de hoje a parada já subiu para 15 e já para não falar da outra que anda sempre atrelada e que pesa 7. Por isso agora é ver, quando possível, o meu corpo a tentar escapar lá pelo meio. Eu penso que cabe sempre mais uma camisolinha, uma carteirinha ou um calçãozinho. Ingénua.
A viagem para Ho chi minh prometia ser bem mais difícil que as outras porque seria feita de dia e na realidade foi mais fácil que a segunda mas mais aborrecida que a primeira. O autocarro “sleeping bus” era dos bons, era igual ao da viagem Hanói- Hue e só por isso custou menos. Saí de Nha Trang às 8h e cheguei ao destino às 18h, dez horas de séries, filmes e sono.
A paragem de autocarro em Ho chi minh é mesmo no centro e por isso deu para seguir a minha nova regra de por os pés em andamento. Mapa na mão (app maps.me) e siga para o hostel.
Neste hostel não fui certeira na escolha e era mauzinho mauzinho. Tão mau que decidi ficar só uma noite (tinha reservado 4) porque cancelar já implicava pagar. Hostel com potencial mas com uma falta de limpeza absurda. Os lençóis pareciam tão limpos que eu decidi dormir no meu saco de cama, não fosse assim uma nódoa ou um ácaro saltar-me para cima a meio da noite.
Dia seguinte arrumei a trouxa e mudei de hostel, este já bem limpinho e com pequeno-almoço incluído. Tinha agora as condições ideias para começar a conhecer a cidade. Nesse dia fui até ao Museu dedicado à Guerra do Vietname, o bilhete custou menos de 1€ e é possível sair e entrar várias vezes no recinto. O museu é um murro no estômago. São 3 andares de objectos, imagens e réplicas de uma guerra que a consciência quer apagar e lembrar ao mesmo tempo.
Há vidas, há guerras e há realidades que não são fácies de aceitar. Esta Guerra colocou o país em clima de confronto e terror durante 17 anos.
Depois do museu não sobrou tempo para muito mais, voltei para o hostel porque o calor é insuportável. Ainda tinha 2 dias inteiros para conhecer o Palácio, a Catedral, o edifício dos correios e o mercado. E nos dois dias seguintes foi exactamente isso que fiz. Entre as horas de maior calor lá fui eu descobrir o caos que se chamada Ho chi minh city. Andei a reduzir a adrenalina e também não fiz nada de extraordinário durante estes últimos dias.
A cidade é bem maior que a capital, Hanói, e está para lá de desenvolvida comparativamente a outras cidades do país. Tem dois jardins enormes no centro e outro à beira do rio. A noite é agitada e dura até de manhã. Sim, o segundo hostel era limpinho mas era paredes meias com uma discoteca, ali mesmo na rua principal dos bares. Género rua cor de rosa em Lisboa. Um mimo para dormir.
Vietname foi bom, foi uma mão cheia de experiências que foram tão intensas como desafiadoras. Um mês de chapéus em bico. Um mês de paisagens e pessoas especiais.
Agora a viagem deixa de ser só e passa a ser a duas. A minha amiga de sempre já chegou e eu estou que nem posso de contente. Viver esta experiência está a ser espetacular mas poder partilhar com alguém será melhor ainda.
Estou de volta à Tailândia e é tempo de conhecer o sul. Bora lá alugar essas motas e prepararem-se porque as fotos do paraíso irão chegar (:
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