Infelizmente ainda está muito presente a ideia de que para viajar é preciso muito dinheiro e que só pessoas ricas é que o podem fazer. Logicamente é preciso algum dinheiro mas não tanto quanto se pensa, se conseguirmos poupar pelo menos uns 10 euros por semana já dá para ter uns 520 euros ao fim de um ano. Claro que para muita gente não é fácil dispensar 40 euros por mês mas podem fazer com valores mais pequenos e durante mais tempo, nada é impossível.
Nos dias de hoje já existem muitas opções que te permitem ter acesso a experiências a baixo preço ou mesmo sem pagar. Em quase todas elas existe uma coisa que é indispensável, confiar.
Viajar é confiar, em nós e nos outros!
Aqui vai uma lista de 8 dicas para poupares dinheiro em viagem:
Chegar ao destino:
1- Dá corda aos sapatos ou pede boleia
Quer seja para poupar dinheiro ou por falta de transportes públicos, pedir boleia é uma experiência incrível. Pode ser assustador a princípio mas é um voto de confiança. Acreditamos que vai correr bem e é com essa fé que pomos bem alto o pedaço de cartão com o nosso destino e que erguemos o pulgar.
Às vezes pode demorar mais mas normalmente há sempre alguém que pára e que nos dá uma ajudinha a chegar mais longe. A esperança é a última morrer, não se esqueçam. A esperança que parem e que sejam boas pessoas. Não sou nenhuma expert nesta matéria mas as vezes que o fiz foram todas experiências que correram bem, tentem.
Por falar em alguém já profissional nesta matéria conheçam a Marta Durán, do blog Boleias da Marta, que viajou pela Europa à boleia. A Marta anda também por aí a descobrir mundo sozinha, porque já sabemos que Solo Travel é para Miúdas.
2- Viagens Lowcost
Ui ui isto é quase tão bom como sair a lotaria, quando saem notícias a dizer que as companhias aéreas estão com grandes promoções em voos é a loucura. Quem não gosta de uma boa pechincha? Então quando se fala de uma viagem de avião a coisa ainda fica mais apelativa.
Estar com atenção aos preços e promoções das companhias aéreas é meio caminho andado para conseguir um belo negócio!
No entanto, mesmo sem promoções existem companhias lowcost como a Ryanair e a Easyjet que costumam ter sempre bons preços Apesar do conforto ser menor, da comida a bordo se pagar e da bagagem do porão ser cara, é uma excelente opção para pequenas viagens em que são poucas horas de voo e que não precisamos de outra mala.
Mesmo não sendo de avião pesquisa quais as opções mais baratas para chegares ao destino, de comboio ou autocarro. Na europa existem os autocarros FlixBus e que não são muito caros. Por exemplo, de Zagreb a Budapeste (ida e volta) paguei uns 25 euros, e foram só 5 horas de viagem.
Há pouco tempo descobri que também existe um passe para estes autocarros e que permite que escolhas 5 rotas na Europa, custa 99 euros e tens um período de 3 meses para o usares. Consulta mais informações no site oficial, aqui.
No caso do Vietname, eles também têm uma frota de autocarros que são designados OpenBus. Podes escolher quantas paragens queres fazer (do norte ao sul, or exemplo) e quando é que viajas, não há dias fixos para partir para a próxima cidade. Basta ligares para o número que tens no bilhete no dia antes a perguntar se têm lugar para ti para a cidade X. Eu fiz a costa e parei em 3 cidades, sentido Norte – Sul, e paguei uns 40 euros.
3- Passe interrail
Fazer um interrail é uma experiência fantástica e existem vários preços e modalidades para usufruir do passe.
O passe de interrail pode ser:
– Global Pass (Interrail Global) é possível viajar em 30 países da Europa durante,
- 5 dias, no prazo de 15 dias;
- 7, 10 ou 15 dias, no prazo de 1 mês;
- 15 dias seguidos;
- 22 dias seguidos;
- 1 mês seguido.
Estes são os valores em vigor no ano de 2018:

Informação website CP
Podes consultar todas as informações sobre este passe, aqui.
– Interrail One Country Pass, podes viajar apenas num país durante 3, 4, 6 ou 8 dias, no prazo de um mês.
Os preços variam consoante o país escolhido, podes consultar os preços aqui e todas as informações aqui.
O interrail foi uma das minhas primeiras experiências de viagem e adorei! Eu optei pelo passe global de 15 dias continuos em 2 classe. Se quiseres saber mais sobre o meu interrail podes seguir este link 🙂
No destino:
“Ah e depois no destino também se gasta dinheiro, não tenho que chegue para tudo”
4 – Põe o corpinho a mexer e conhece a cidade
Nem sempre é preciso andar de transportes para todo o lado e os passeios a pé são uma forma espetacular de conhecer todos os cantos e recantos de uma cidade. E claro de poupar uns trocos em metros, eléctricos e taxi/uber. No entanto, em cidades grandes é preciso apanhar um ou dois transportes mas de resto o pézinho dá bem conta do recado.
Na minha viagem a Budapeste só apanhei uma vez o metro e foi da estação de autocarro para o meu alojamento, depois de deixar a mala grande foi tudo a pé. Dois dias e 40 km de muitas voltinhas foi a forma certa de conhecer quase toda a cidade, selecionei todos os lugares que queria visitar e tracei dois roteiros, um para cada dia. Não sei se esta é uma das razões pela qual adoro Budapeste mas desconfio bem que sim. Ainda hoje sei exactamente onde fica tudo, quando andamos a pé prestamos mais atenção ao que nos rodeia, é ótimo para entrar na atmosfera do local.
5- Opta por Free Walking Tours
Ainda na onda de “caminhar é bom”, existe a opção de fazer as visitas guiadas grátis. Não existe nenhum valor estipulado (e até tem a palavra grátis na sua designação) mas é normal pagar sempre qualquer coisa no fim da visita. Pagamos o que achamos que vale a aquela visita. Este tipo de visitas já existem em quase todo o mundo e costumam ter um lugar de encontro definido.
O FreeTour é um dos sites onde é possível ver quais as visitas que existem em cada cidade, tendo várias informações e feedback.
A primeira vez que fiz uma destas visitas foi em Bruges (Bélgica) e adorei, é uma maneira de conhecermos a cidade com alguém que sabe a história sem pagar pequenas fortunas.
6 – Partilha quarto ou dorme num sofá
Gostas de dormir à grande e com todos os luxos? Então esta opção talvez não seja para ti!
Os hostels e o couchsurfing são as melhores opções para poupar dinheiro em alojamento. Se bem que em alguns casos a diferença de preços entre alguns hostels e o Airbnb é mínima, é importante analisar bem qual a cidade e qual o tipo de hostel.
Se precisares de alguma sugestão podes consultar aqui todos os alojamentos em que já fiquei, dei o meu feedback sobre as suas condições.
Aqui vão as opções mais em conta:
Hostel
Existem vários tipos de hostels e dentro deles várias opções, podes escolher hostel party ou mais calmo, vai depender qual é o teu espirito na viagem. Podes ainda escolher entre dormitórios ou quartos individuais, sendo que obviamente os segundos são mais caros. Dentro dos dormitórios ainda existem os só para raparigas, os só para rapazes e os mistos.
Os preços são muitos diferentes de cidade para cidade, em Amesterdão fiquei num dormitório misto para 10 pessoas e paguei uns 35 euros por noite (caro para hostel mas barato em Amesterdão), já na Ásia encontrei hostels muito bons (limpeza e conforto impecáveis) e que cheguei a pagar 5 euros por noite com pequeno-almoço.
Couchsurfing
Para quem não está familiarizado, o couchsurfing.com é uma plataforma online onde é possível procurar por um local para dormir em casa de alguém. A pessoa disponibiliza uma cama ou apenas um sofá, esta opção é uma óptima forma de conhecer novas pessoas e de não pagar nada. Cada pessoa tem um perfil com fotografias, informações sobre si e o feedback de outros viajantes que pernoitaram em sua casa.
Já usei tanto como hóspede com anfitriã. A minha primeira experiência foi na Finlândia, fiquei em casa de um rapaz em Levi e foi tudo impecável. Fui recebida como se de um Airbnb se tratasse tal foi a simpatia. A casa, como é normal na Finlândia, tinha uma sauna dentro da casa de banho e uma vista brutal para a floresta coberta de neve.
Entretanto também já recebi na minha casa da Lapónia uma rapariga belga que anda a viajar pela Europa, foram dois dias muito agradáveis.
Portanto, o alojamento arranja-se sempre. Confiem e vão viajar!
7- Pic-nic está na moda
A comidinha que é tão importante e um dos pontos altos das viagens às vezes é desprezada quando outros valores se levantam.
Por mais que eu goste de experimentar comida local às vezes é demasiado para o orçamento que estípulo. Mas, normalmente, reservo algum dinheiro para uma ou duas refeições fora, em restaurantes típicos.
Obviamente que no caso da Ásia é ao contrário, a comida de rua é muito barata. Por exemplo, na Tailândia comi quase sempre nas bancas de rua ou em restaurantes locais, excluindo tudo o que é para turista porque aí eles abusam nos preços.
No entanto, quando viajo pela Europa os supermercados são a minha salvação, Se tiver cozinha no alojamento faço eu as refeições, se pelo contrário não tiver onde cozinhar é à base da sandocha, fruta e bolachas. Faço pic-nic em qualquer banco ou jardim, e é sempre uma aventura. Quão agradável é comer uma baguete nos jardins de Peste com a vista magnífica de Buda? Garanto que é especial!
8- Pesquisar sobre taxas de câmbio
Esta dica depende muito do país para onde se viaja e das taxas de câmbio que são praticadas.
O melhor é levantar o valor máximo permitido para que se pague menos vezes as taxas. Infelizmente na minha viagem pela Ásia não fui muito inteligente nesta matéria e levantei dinheiro demasiadas vezes, em três meses de viagem gastei cerca de 100 euros só em taxas. Foi estupidez, levantem o valor máximo que conseguirem e espalhem por vários locais da vossa mala(s) para evitar ter o dinheiro todo num só sítio.
Em relação ao câmbio, pesquisem se vale a pena levar euros para trocar (ou pagar, muitos sítios aceitam euros) ou se trocam ainda em Portugal. Tudo depende do valor do euro e do valor das taxas. Às vezes pagar com multibanco também compensa se as taxas de Mb forem inferiores às de câmbio.
Pesquisem e perguntem a outras pessoas que já tenham viajado para esse lugar, existe um grupo de facebook de portugueses “Amantes de Viagens” onde são feitas todo tipo de perguntas sobre viagens e é ótimo para tirares as tuas dúvidas!
Nota: claro que isto é dirigido a pessoas que tenham certo tipo de espírito de viagem, nem todos estão dispostos a dormir no sofa de um desconhecido e a fazer sandes num banco de jardim.
Se nenhuma destas dicas vai ao encontro da tua forma de ser e viajar, já sabes, junta mais um pouco de dinheiro e lança-te à estrada com tudo o que desejas 🙂
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