Ana Teresa André, 29 anos. Espírito-livre e adepta ferrenha do “sai da rotina”.
Já tentei encaixar na sociedade, já segui a multidão enquanto me convencia que devia manter-me na linha. A linha que traça o caminho de todos os que se conformam com o “tem de ser”, “a vida é mesmo assim”, “tiras um bom curso, arranjas trabalho e tudo corre bem”. Mas chegou uma altura em que decidi questionar se os meus interesses, os genuínos, estariam efectivamente alinhados com o “que deve ser”. Pensava todos os dias que a vida teria de ser muito mais do que isso, que existiam milhares de sítios para descobrir e milhões de pessoas para conhecer. Pensei que tinha de fazer mais por mim e pelos outros. Um dia acordei e saí da rotina. Nesse dia também saí da linha e comecei a inspirar-me no desconhecido e no que ainda posso alcançar.
Nasci tímida e pedir um copo de água num café era uma tarefa intimidante. Coro com a mesma facilidade que o Cristiano Ronaldo marca golos e nada previa que um dia me ia dar na cabeça a vontade de viajar sozinha. Sou a prova que a personalidade não deve ser um impedimento para ir mais longe. Não tenho uma vida repleta de viagens e até 2015 só tinha ido a Espanha e à Bélgica. Mas tenho um pai que em 1900 e troca-o-passo fez uma viagem de carro pela Europa e que sempre me incentivou a ir ver mundo. Agora não quero outra coisa.
Saio de casa para ir viajar (sozinha) com a mesma facilidade que saio para ir ao supermercado. Gosto da mudança e de desafios. Prefiro o dia à noite, não gosto de maquilhagem, gosto de descontração e de pessoas que não se levam demasiado a sério. Gosto da barragem de Castelo de Bode, do campo e de aproveitar o dia. Caminho entusiasmada para um estilo de vida mais minimalista e poupo todo o meu dinheiro para viagens. Gosto da primavera, do amarelo e do sol. Irrita-me a falta de educação, as pessoas que deitam lixo para o chão e as que conduzem sempre na fila do meio nas auto-estradas. Gosto de Budapeste.
Desde Setembro de 2015 já visitei 23 países. No verão de 2015 fiz um interrail pela Europa, 8 países em 17 dias. Em 2016, durante dois meses, fui voluntária num projecto do Serviço Europeu de Voluntariado na Croácia. Foram dois meses de voluntariado, de Croácia, de Hungria, de Eslovénia, de Áustria e de Itália.
A aventura seguinte mudou de continente e voou para a Ásia. Ensinei inglês no Vietname e pus as mãos à obra, literalmente, num trabalho de voluntariado no Nepal. Aumentei a adrenalina e lá fui eu, sozinha, porque quando se dá a volta ao mundo, dá-se a volta ao medo!
Embarquei na terceira ronda, a escolha foi o Norte da Europa, a Lapónia foi a minha casa durante 6 meses. E não, não sou rica. O meu modus operandi em viagens é o low-cost e experiências de voluntariado e work-exchange.
Tento aproveitar a vida de forma a fazer do presente uma memória inesquecível!
O Nowtrip cresceu e deixou de ser apenas o meu diário de bordo. Agora podes encontrar aqui toda a informação sobre as minhas aventuras e de como torno tudo isto possível. Ah e para além de ter um separador com algumas sugestões de organizações de voluntariado, criei outro completamente direcionado ao tema de ser mulher e viajar sozinha: Solo Travel é para Miúdas.
Ps: se isto ainda não foi suficientemente descritivo e ainda quiseres saber mais sobre o meu percurso e o motivo que me fez sair da rotina, do meu lugar-conforto e do medo, aqui o tens (para que não te falta nada) 🙂